a última carta

Fiz-me inteiro. Completo por ser imperfeito. Fiz me ao meio, pelos meios, cantos, acordes, cores, traços, ventos. Fiz-me mais do que jamais havia sido, renasci mesmo após ter-me dado como vencido. E agora, no fim disso tudo o que recebo é um novo começo.

 

Sei o que sou e sei o que quero. Sei pelo que morrer e pelo que deixar passar. Sei que sou e sempre serei infinito, simplesmente por sempre estar aberto a ser um novo e melhor eu. Minha busca nunca irá acabar, mas com ela, minha satisfação será eterna. Eu vim aqui pra isso. Eu vim aqui pra fazer, pra ser, pra crer, pra tentar.

 

Perdi o medo do erro. Perdi o medo do menos. Perdi o medo de mim. Sou mais forte do que nunca, mais calmo do que nunca, mais pleno e ameno. Se o mundo terminar amanhã eu vou lamentar ter demorado tanto, mas entenderei perfeitamente que esse tempo foi preciso pra que meu agora pudesse ser tão precioso.

 

Não sei qual será o meu caminho, o meu destino, o meu novo endereço. Mas me basta a certeza de poder viver mais um recomeço.

 

Feliz fim dos tempos.

“só proteja o menino”

Só protejo o menino que há em mim

Não deixe que ele que se perca

Que ele se sinta só

Faça-o dormir em seus braços

Cure-o de suas feridas

Abençoa-o com o seu amor

Pra que ele nunca cresça

 

http://www.youtube.com/watch?v=DootzirnK8A&list=FLkgeorsjWmBw3hsHlmvhw3w&index=232

 

This is not me
Or anyone that I know or that I used to be
This is just a face with empty eyes and a big mouth
This is just a perspective of an inexplicable lack of sense
This is not a text
This is not a language
This is just an experiment without any purpose
I just want to try to comunicate myself in a diferent way
I just want to see if i have the necessary tools to be understood outside my place
And well, i think i have to improve a lot myself to be relevant
I think you may know what i mean
I’ ve been watching you, this is a two way road
Don’t you think i never saw your eyes around here?

alto risco

Minha voz é silêncio

Eu sou limite atrás de limite

Fecho pouco a pouco

E alimento meu voraz desejo

De me expandir

 

Você entende que pra isso eu teria que ser capaz de crer antes de mais nada na minha própria capacidade de ser?

 

Minha voz é silêncio

Minha vista escuridão

Meus ouvidos são tormento

Inaptidão

 

Quem aposta assim?

Quem aposta em mim?

pluma

Que tempo lento

Tanto faz

Eu já não ligo mais

Meu argumento

É um tormento

Que me faz olhar pra trás

 

E eu tropeço e entorpeço

Estou disperso, eu reconheço

Mas é que a vida acelerou seu caminhão sem freio em minha direção

E eu abri os braços e o sorriso pra esperar a colisão

 

Sentir o cheiro do meu sangue no asfalto

Enquanto eu despedaço

Enquanto o meu corpo se entrega ao alto e infinito abraço do espaço

 

E eu vejo a calma que essa dor liberta

Eu perco a alma e deixo a vida as cegas

Enquanto apago minhas palavras certas e minhas mãos se prendem nessas pedras

 

Meu pouso bruto

Remove a pele

Revela a carne

Desliga o tempo

Me escancara ao mundo sem o meu consentimento

 

E lá estou

E aquilo eu sou

Um pingo de chuva me avisa:

“Ainda não terminou”

maior que o sol

Eu disse tantas vezes. Quando eu olho pra trás, eu vejo que eu disse tantas vezes. Tantas coisas iguais, diferentes, únicas. Tudo dito, tantas vezes, tantas e tantas vezes. O que mais fiz foi dizer. Dizer foi o que mais me fez. O que mais fiz foi escrever e esperar que de alguma forma isso me trouxesse alguma coisa e que de todas as formas, isso me livrasse de tantas outras. O que mais fiz na minha vida, foi dizer. Eu vim aqui e me joguei entre as letras que tentavam me traduzir, eu afundei entre as vírgulas e pontos que eu esqueci no caminho. Fechei meus olhos e acreditei que essa era a solução. Sem medo, sem vergonha, sem querer nada em troca. Eu simplesmente vim e disse e parece que eu nunca mais vou deixar de vir. Nunca mais. Tenho coisas que são pra sempre, coisas maiores que o sol.

se eu silencio

Minha conversa com o silêncio é sempre cheia de argumentos. Desculpas cretinas e verdades simuladas. Sempre cheia de suposições e de um engajamento tão intenso quanto efêmero. Minha conversa com o silêncio muitas vezes pede música, pede água, pede fogo, pede passo. E assim eu faço, mas não calo. Sempre escrevo pouco quando é perto do meu aniversário.